Surpreendido pelas tempestades da vida ( Mc 4. 34-41)

por Pr. Aluízio A. Silva

Às vezes, não conseguimos ver a bondade de Deus nas circunstâncias da vida; mesmo assim, Deus continua sendo sempre bom.
Havia um súdito que dizia sempre para o rei que Deus é bom. Um dia saíram para caçar e um animal feroz atacou o rei que perdeu o dedo mínimo. O súdito lhe disse: Deus é bom. O rei mandou prendê-lo. Noutra caçada o rei foi capturado por índios antropófagos. Na hora do sacrifício o cacique percebeu que ele era imperfeito, pois lhe faltava um dedo. O rei foi solto e chegou para o súdito e disse-lhe: é verdade, Deus é bom. Mas por que então, eu lhe mandei para a prisão? O súdito, respondeu: porque se estivesse contigo eu seria sacrificado.
As tempestades da vida não anulam a bondade de Deus.
1. A realidade das tempestades da vida


a. As tempestades da vida são inesperadas

As tempestades chegam sem mandar recado e sem pedir licença: é um acidente, uma enfermidade, uma crise na família, um desemprego.
Como discípulos de Cristo, devemos estar preparados para as tempestades que certamente virão.
As aflições e as tempestades da vida fazem parte da jornada de todo cristão.


b. As tempestades da vida são perigosas.

Marcos diz que as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água (Mc 4:37). As tempestades da vida também são ameaçadoras e muitas vezes deixam as estruturas da nossa vida abaladas.


c. As tempestades da vida são maiores do que nossas forças

Os discípulos se esforçaram, mas nada puderam fazer para enfrentar a fúria do vento. Eles precisaram clamar a Jesus.
Quando o problema é maior do que a nossa força, precisamos olhar para Deus e depender dele. A tempestade está fora do nosso controle, mas não fora do controle de Deus.
d. As tempestades da vida são surpreendentes
Elas podem transformar cenários domésticos em lugares ameaçadores.
Muitas vezes, as tempestades mais terríveis que enfrentamos na vida não vêm de horizontes distantes, mas daqueles lugares onde sentíamo-nos mais seguros. O Mar da Galiléia era um lugar muito conhecido daqueles discípulos que eram pescadores.
2. Os conflitos que enfrentamos no meio da tempestade


a. A tempestade veio mesmo tendo obedecido a Jesus – 4:35
Eles estavam onde Jesus os mandou estar, fazendo o que Jesus os mandou fazer, indo para onde Jesus os mandou ir e mesmo assim, enfrentaram a luta.
Jonas enfrentou uma tempestade porque desobedeceu a Deus; os discípulos porque obedeciam. Você tem enfrentado tempestade pelo fato de andar com Deus? Você tem sofrido oposição e perseguição por ser fiel a Deus?
Há momentos que sofremos por andarmos pelo caminho direito.
b. A tempestade veio mesmo com Jesus presente no barco – 4:35, 36
O fato de Jesus estar conosco não nos poupa das tempestades. Um crente que anda com Jesus pode também enfrentar terríveis tempestades.
c. Não entendemos a tranqüilidade de Jesus no meio da tempestade
O maior drama dos discípulos não foi a tempestade, mas o fato de Jesus estar dormindo durante a tempestade.
Às vezes, temos a sensação de que Deus não está atento às nossas lutas e isso gera uma grande angústia em nossa alma.
3. As grandes perguntas feitas no meio da tempestade


a. Mestre, não te importa que pereçamos? (4.38 )

Essas palavras expressam mais uma crítica do que um pedido de ajuda. Às vezes é mais fácil reclamar de Deus do que depositar nossa ansiedade aos seus pés e descansar no seu poder.
Esse grito evidencia o medo e o pânico. Se os discípulos tivessem uma fé madura, eles não teriam se entregue ao pânico e ao desespero. A causa do desespero não era a tempestade, mas a falta de fé. Um dos sentimentos que nos assaltam na hora da tempestade é que Deus não se importa conosco. Concluímos que ele está indiferente à nossa dor. Todavia não há Deus como o nosso que trabalha para aqueles que nele esperam. Quando ele permite a tempestade é porque está desejoso de nos ensinar profundas lições de vida.
Esse grito, também, mostra que existe alguma fé.
Eles clamaram porque sabiam que Jesus podia livrá-los. Se eles não cressem que o Senhor podia acalmar a tempestade eles não teriam apelado a Jesus.
b. Por que sois assim tímidos? Por que não tendes fé (4.40)
Os discípulos falharam no teste prático e revelaram medo e não fé. Onde o medo prevalece, a fé desaparece. Ficamos com medo porque duvidamos que Deus está no controle.
Os discípulos deviam ter fé e não medo, por quatro razões:
Em primeiro lugar eles deviam crer na promessa de Jesus (4:35).
Jesus havia dito: “passemos para a outra margem”. O destino deles não era o naufrágio. Quando ele fala, ele cumpre. Pode passar o céu e a terra, mas as palavras do Senhor não passarão.
Em segundo lugar eles deviam crer na presença de Jesus (4:36).
É a presença de Jesus que nos livra do temor. Davi diz que ainda que andasse pelo vale da sombra da morte não temeria mal algum (Sl 23:4).
A presença de Deus nas tempestades é a nossa segurança de que ao passarmos pelas águas não afundaremos.
Jesus disse aos seus discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt 28:20). O Rei do céu e da terra estava no mesmo barco e por isso, o barco não podia afundar.
Em terceiro lugar eles deviam crer na paz de Jesus (4:38).
Enquanto a tempestade rugia, Jesus dormia. Ele estava descansando na vontade do Pai e sabia que o Pai podia cuidar dele enquanto dormia. Aquela tempestade fazia parte do currículo de treinamento dos discípulos.
Em quarto lugar eles deviam crer no poder de Jesus (4:39).
Jesus repreendeu o vento e o mar e eles se aquietaram e se emudeceram. Ele tem poder para repreender também os problemas que nos atacam.
Jesus, também, repreendeu os discípulos pela sua falta de fé. A tempestade mais perigosa não é a que levanta os ventos e agita o mar, mas a do medo e da incredulidade.


c. Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? (4.41)

As tempestades são a escola de Deus para nos ensinar as maiores lições da vida. Foi através do livramento da tempestade que eles tiveram uma visão mais clara da grandeza singular de Jesus.


Em primeiro lugar, Jesus é o mestre supremo (34,38).

Jesus ensinou através de parábolas, por demonstração e também através da tempestade. Ele nos ensina pela Escritura e também pelas circunstâncias da vida.


Em segundo lugar, Jesus é perfeitamente homem (4:38).

O sono de Jesus mostra-nos sua perfeita humanidade. O verbo se fez carne. Aquele que nem o céu dos céus podem conter foi enfaixado em panos e deitado numa manjedoura.


Em terceiro lugar, Jesus é perfeitamente Deus (4:39).

De todos os milagres, este é onde vemos mais intimamente entrelaçados a humanidade e a divindade do Senhor. O mesmo Jesus que dormiu exausto depois de um dia de ensino, levanta-se e repreende o vento e o mar.
Em quarto lugar, Jesus é o abençoador desconhecido (4:36).
Algumas pessoas que enfrentavam a mesma tempestade naquele mar foram beneficiadas sem saber que a bonança fora intervenção de Jesus. Há muitas pessoas que recebem milagres e livramentos, mas não sabem que esses prodígios vieram das mãos de Jesus.
Em quinto lugar, Jesus é aquele que tem toda autoridade para libertar o aflito (4:39,41).
Jesus é o Senhor sobre cada circunstância e o vencedor dos inimigos que nos ameaçam.
A intervenção soberana de Jesus, às vezes, acontece quando todos os recursos humanos acabam.
As provas não vêm para nos destruir, mas para nos fortalecer. Jesus está no controle das tempestades que nos ameaçam. Ele pode fazê-las cessar a qualquer momento!

fonte: http://www.radicaislivres.org

~ por andrereboucas em maio 21, 2008.

4 Respostas to “Surpreendido pelas tempestades da vida ( Mc 4. 34-41)”

  1. muito obrigada pelo esclarecimento DEUS ABENÇOE

  2. MUITO PROFUNDO OS COMNETÁRIOS SOBRE ESSE TEMA. OBRIGADO ME ESCLARECEU MUITAS COISAS.

Deixe um comentário